sábado, 14 de janeiro de 2012

Feliz ano novo!!!

Hoje o Viagens entra oficialmente em 2012... Que foi comemorado com um livro iniciado ainda em 2011. How I Became a Famous Novelist me chamou a atenção na estante no ano passado, mas ficou um tempo amargando a cabeceira da cama, esperando que meu coração se aproximasse dele. E isso aconteceu um pouco por falta de opção de um livro legal para ler durante as primeiras férias em três anos. 

No início, desconfiei que havia feito a escolha errada. Desconfiança, aliás, foi uma companhia nas primeiras páginas: após ler a sinopse do livro na contracapa, vi que o autor era escritor do David Letterman. Veio a sensação de estar com a história de um engraçadinho metido a esperto... pense no preconceito, rs. Mas o livro estava ali,  a rede era boa... e então continuei.

E, para variar, não me arrependi. Parece que o preconceito para mim existe apenas para, quando eu o supero, tornar as histórias melhores. 

That's the way it is with a song, isn't it? She said. The way it wuivers in your heart. Quivers like the wing of a little bird. 
In a story too. He spoke it softly in a voice that let her hear how close they were. That's the way it is with a story. Turns your heart into a bird. 
- from The Tornado Ashes Club, by Pete Tarslaw (me|) (p. 3).

Pete Tarslaw resolve escrever um livro para ficar rico e bagunçar o casamento da ex-namorada. Ao pesquisar nas livrarias e listas de mais vendidos o que atrai o público, ele começa a escrever um romance com todos os elementos que considera presentes nos sucessos de venda. Uma miscelânea épica tem início, assim como uma história de erros e tropeços até Tarslaw perceber que o seu descaso com a literatura não era tanto assim. 

"Just going over some things I farmed out. A lot of my team's been making them too smart. I had an essay for Colorado College that |I sent to one of those Palo Alto guys, and he put in two quotes from Walter Benjamin."
"Yikes. Gotta cut that out." Jon was always warning us not to make the essays too smart or colleges would catch on. (p. 10).

O que mais ficou para mim, além das risadas sem controle que surgem durante a leitura, foi como a honestidade é importante na escrita. Ok, Tarslaw demonstra justamente que uma escrita não precisa se sincera para vender muito. Mais que isso, considera que todos os grandes sucessos comerciais da atualidade seriam, na verdade, grandes farsas literárias. Mas ao fazer isso, e ao contar explicitar as suas próprias artimanhas, ele acaba por fazer uma grande apologia da honestidade na narrativa. 

He constantly made analogies to ancient Rome, in the flawed belief that knowing about one smart-guy thing made him not an idiot. (P. 11).

"I call this the dance hall," he said. "Because characters will appear, and introduce themselves and ask me to dance. The character always leads. I bow, accept, dance for a while." (p. 35).

De um tempo para cá, eu defino muito os filmes e livros por esse peso. Ao dizer que gostei muito de um filme, percebo que costumo defini-lo como honesto. O que você achou de Melancolia? Oh, eu amei, achei muito honesto... E aí não cabe, a meu ver, uma noção de moralidade, mas de sinceridade de sentimentos. Longe do certo ou errado, a honestidade aqui é como a narrativa é construída. Eu me sinto feliz numa história que se constrói para mim de forma honesta... é um conforto saber que há narradores que nos dizem da vida assim.

"Truth is, I'm not surprised. Sad. Not surprised. Your generation is like that." (...) "I've known clever young men like you, in love with no God save for your own cleverness. You're always looking for the falseness in everything. You're used to falseness. You grew up with that lie machine, the television. It's no wonder then that you look for liars everywhere. You make a sport of it. You chase priests and poets and policemen, writers, too. And when you find one, and catch him, you rub his face in the mud and dance about. The truth is, you have been cheated. You've had it too easy. You've never done anything hard. You've coasted by on sacrifices bought and borrowed." (pp. 303/304).

Assim, o engraçadinho metido a esperto acabou por escrever um livro que, para mim, soou fofo. E honesto. Mas que ele não saiba disso, rs. 

"You wrote your little book, Tornado Ashes Club, as some kind of joke. And my God, books are no jokes. Books save lives. We lose lives for books. So you better damn well think twice before you make a joke of them. You put something down on paper that you knew was a lie. That you knew was bad. That's the worst crime there is. That's a crime against readers. That's  a crime against literature. That's a crime against anyone with a heart and a mind and a sense of  compassion." (p. 304).

No cinema, as férias, como sempre, são das crianças. Por isso, o primeiro filme do ano foi nada mais nada menos que Alvin e os Esquilos 3 (Alvin and The Chimpmunks: Chipwrecked. Michael Mitchell, US, 2011). E como o contexto determina muito de como reajo a um filme, estar com meus sobrinhos fofos no cinema depois de ficar sem vê-los por quase duas semanas fez com que as vozes irritantes dos esquilos se tornasse doce, e o tempo no cinema fosse muito precioso. 

No dia seguinte, fui com eles assistir novamente a Amanhecer - Parte 1 (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 1), a minha oitava vez com Bella e Edward nesse capítulo de sua história no cinema. E a última, ao que parece, já que o filme, agora, só está em um cinema fora da cidade. Uma pena, de verdade, porque eu queria assistir a ele uma vez sozinha. Vale dizer que escrevo este post ouvindo o score de Carter Burwell para o filme.Bom lembrar também que o post sobre Amanhecer Parte 1 no Viagens acontece muito em torno da música...

No terceiro dia de filmes, a única opção foi Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (Mission: Impossible - Ghost Protocol. Brad Bird, US/Emirados Árabes, 2011), o quarto filme da série, ainda com Tom Cruise. Novamente, o contexto: se eu tivesse assistido a ele sem as crianças, talvez tivesse gostado muito mais, mas fiquei realmente preocupada de os pequenos acharem o filme chato. Achei que as cenas de ação seriam tão exageradas que a trama ficaria secundária. Isso não ocorreu, embora a pancadaria ainda prevaleça, rs. Mas teria de assistir a ele novamente... E por falar em música, impressionante como o tema de Missão: Impossível me empolga, assim como a espera pela mensagem que se autodestruirá em 5 segundos!

O quarto filme da semana foi a pré-estreia de As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin. Steven Spielberg, US/Nova Zelândia, 2011). Alguma forma de hipnose ocorreu na sessão porque éramos em quatro, e nós todos dormimos durante o mesmo momento do filme... um sono irresistível, engraçadíssimo. O filme não é o que eu chamaria de chato, mas algo ali foi realmente hipnótico. 

Tintim é uma referência muito forte da minha infância. Por isso é um sacrilégio horrível, hoje, admitir que ele é muito chato. As histórias são bem construídas, but... Assim também o filme, que tem uma fotografia de animação perfeita, inteligente na trama e na arte, but... Sono, sono, sono.  

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